Relevo & Solos
1. Forças exógenas, solo e relevo
As formas de relevo e os tipos de solos resultam da ação de duas forças da natureza: as forças endógenas e exógenas. A primeira corresponde àquelas provenientes do interior da terra, que são responsáveis pela formação da litosfera e das grandes estruturas de relevo. São elas a epirogênese, a orogênese, o vulcanismo, entre outros. As forças endógenas são forças externas como as da atmosfera, que provocam alterações físico-químicas na superfície terrestre. O resultado da ação contínua desses processos é o intemperismo, ou seja, o conjunto de fenômenos que ocasionam transformações nas rochas e nos minerais na parte superficial da crosta terrestre. Ele é responsável pelos diferentes tipos de solos e pode ser classificado em:
- Intemperismo Químico: caracteriza-se pelas reações químicas entre a água e os minerais que compões as rochas, provocando a decomposição desses materiais.
- Intemperismo Físico: resulta da ação mecânica das forças da natureza como o atrito provocado pelo vento ou deslocamento de geleiras ou a variação de temperatura sobre as rochas.
- Intemperismo Biológico: decorre da ação de organismos vivos para decomposição das rochas.
Denomina-se lixiviação ou erosão química a “perda” de minerais presentes nas rochas e nos solos, que são carregados pela agua das chuvas e rios.
2. Relevo Brasileiro
O relevo brasileiro formou-se a partir de estruturas geológicas compostas, principalmente, por formações sedimentares recentes e estruturas vulcânicas e cristalinas de idade muito antiga. Seu processo de formação e transformação foi muito influenciado pelos fatores exógenos, ou seja, pelos agentes formadores e modeladores do relevo que atuam na superfície do planeta Terra.
Em consequência de seu processo de formação, o relevo brasileiro caracteriza-se pelo predomínio de áreas de médias e baixas altitudes, já que no Brasil não houve a formação de dobramentos modernos e os escudos cristalinos mais elevados foram desgastados pelos agentes modeladores do relevo.
Atualmente, a classificação do relevo mais aceita na Geografia é a proposta por Jurandyr Ross, que se baseou nos estudos geomorfológicos do Brasil realizados até aquele momento (1995), principalmente nas obras de Aziz Nacib Ab'Saber e no projeto RadamBrasil, que realizou um levantamento e mapeamento sistemático dos recursos naturais brasileiros com o auxílio de imagens aéreas. Essa classificação utilizou como critérios o processo de formação das formas de relevo, o nível altimétrico e a estrutura geológica do terreno. De acordo com essa classificação, o relevo brasileiro pode ser dividido em 28 unidades, sendo elas áreas de planaltos, planícies e depressões.
É importante ressaltar que não existem montanhas ou cadeias de montanhas no território brasileiro. Isso porque, como não houve a formação de dobramentos modernos no Brasil, os picos mais elevados do território brasileiro (Pico da Neblina, Pico 31 de Março, Pico da Bandeira etc.) não teriam se originado desse tipo de estrutura geológica, não podendo, portanto, ser classificados como montanhas.